É um filme dentro de um filme, só que ao contrário.

Na primeira cena, o diretor do filme dentro do filme janta, compondo o retrato de uma típica família pequeno burguesa. Contudo, o filme dentro do filme trata do oposto disso, marido e mulher em conflito, nos estertores de uma relação que envolve outros parceiros e drogas. O diretor é o centro nevrálgico da composição do filme, guia o sentido das cenas e a composição dos personagens, trata-se de sua visão. Ao movimento de impor sua visão e filmar, segue outro, no qual passa a mimetizar, no âmbito de suas relações pessoais, a visão que impunha ao filme. Ele encena na vida o filme, como uma ideia que antecede o fato, num processo de imersão ao qual tenta submeter os atores e ao qual se impõe, mas porque me parece admirar sua própria obra. Tenta fazer ela falar, tenta a fazer viver pela sua carne. Mas também no que pode ser uma busca pela verdade em sua obra, através da vivência.
Este movimento inverte as posições entre imagem e realidade/verdade, a primeira passa a preceder a segunda, no que parece uma discussão sobre as implicações da arte, dentro de outra mais ampla, sobre o que é a verdade e que verdade representa a arte. Mas o filme parece também ir revelando o que seria o fato, antes da ideia de uma família pequeno burguesa, que ele talvez encene. Devolvendo o filme a sua condição de mimese ou interpretação de uma realidade que o antecede.
Este movimento inverte as posições entre imagem e realidade/verdade, a primeira passa a preceder a segunda, no que parece uma discussão sobre as implicações da arte, dentro de outra mais ampla, sobre o que é a verdade e que verdade representa a arte. Mas o filme parece também ir revelando o que seria o fato, antes da ideia de uma família pequeno burguesa, que ele talvez encene. Devolvendo o filme a sua condição de mimese ou interpretação de uma realidade que o antecede.
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