A língua, falada e escrita, é terreno da luta de classes. Por isso, da disputa por hegemonia política, social, econômica e cultural. O discurso da correção gramatical é próprio da elite e que seja reproduzido é sintoma de sua hegemonia.
A presunção de um modo certo de escrever e falar equivale à presunção de que a gramática é fruto de ordenamento divino. Que sigam afirmando é fruto dos delírios de poder da elite, do ímpeto bajulador dos setores médios e da conformação de amplas parcelas do povo.
Contudo, não afirmo a anarquia gramatical e a negação de todas as regras. Tal linha corrobora o discurso do elitismo gramatical que reconhece regra e correção no falar e no escrever de apenas certa parcela da população. Às regras da norma “culta” equivalem outras.
A língua e a escrita seguem o ordenamento político, social, econômico e cultural de sua época. As resistências às outras falas e escritas é desejo conservador e reacionário transposto à língua e a escrita. Falar e escrever corresponde ao desejo de comunicar, que se proclame certa forma exclusivamente correta é a imposição de que o direito de comunicar pertence apenas a uma parte do povo.
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