No Jornal Nacional de ontem os manifestantes gregos foram chamados de extremistas violentos. Por certo, o extremismo e a violência são dados culturais, de modo que relativos e não absolutos. Os fatos concretos, manifestantes resistiram com paus e pedras à repressão policial, depredaram alguns estabelecimentos comerciais e incendiaram órgãos do governo. Contudo, essa é metade da história. No parlamento grego se votou cortes de investimentos públicos, demissões e privatizações.
O único critério a definir o que seja extremismo e o que seja violência não pode ser a polidez dos gestos. Os senhores de terno e gravata do parlamento destroem educação, saúde, segurança, direito a uma aposentadoria digna e empregos, e disso que se tratam os cortes de investimentos, demissões e privatizações. Vendem tudo para seguirem pagando os banqueiros. Não vendem a dignidade dos gregos, por isso estes ainda resistem. Há, ao menos, de se reconhecer o direito a reagir a um ato de violência.
O correto seria dizer que extremistas violentos votam pacote de austeridade no parlamento grego.
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