Sob os escombros da verdade surge a vitalidade da cópia. Evidente que a afirmação guarda certa dose de exagero e mesmo de imprecisão, mas me parece adequada à vitalidade do filme dentro de uma perspectiva moderna de cinema e de discussão da arte.
Me parece intenção manifesta do diretor (Abbas Kiarostami) embaralhar o sentido do original e da cópia, afinal, a verdade e a cópia só se realizam como tais diante da interpretação do espectador ou da convenção. Qual a diferença entre a representação de um casal e a representação de um casal representando um casal. Sabemos, por evidente, que em nenhum dos casos se trata de um casal, são atores de todo modo, então, qual a diferença?
A presunção da resposta neste caso só é outorgada aos que presumem a existência da verdade acima das interpretações. Não me parece ser o caso. Também não acho que é o caso de dizer que não há verdade ou que a verdade seja uma ilha, cercada de outras verdades. A interpretação é uma verdade, subordinada e subordinante de outras interpretações.
A trilha do filme vai mais longe, mas o jogo do casal entre si e com os espectadores é pra mim o mais encantador.
A Nat tá dizendo que neste post metade das idéias são dela. Vamos dizer assim, metade das imagens são dela, essas eu vi em sonho. Mas a verdade é que todas as idéias são delas. E minhas. É a própria cópia fiel.
A Nat tá dizendo que neste post metade das idéias são dela. Vamos dizer assim, metade das imagens são dela, essas eu vi em sonho. Mas a verdade é que todas as idéias são delas. E minhas. É a própria cópia fiel.
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