quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Ainda sobre A Origem

Me parece que em Ilha do Medo realidade e imagem são duas dimensões que não coincidem, e o sonho é a síntese possível. A ilusão arquitetada pelo personagem é a crítica da realidade.

Em A Origem o sonho é submisso à realidade e se reduz a ela pela rendição. De modo que não há crítica, apenas reprodução.

A busca da personagem de Marion Cotillard pela "real" realidade diz muito sobre obsessão de criar um cinema absolutamente idêntico à realidade tal como as pessoas a percebem. A distinção entre os dois filmes talvez resida aí, entre a obsessão pela verdade e a opção pela ilusão.

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