sábado, 8 de maio de 2010

Green Zone

Me parece que Green Zone e O Ultimato Bourne refletem momentos distintos dos EUA e por isso atingem conclusões diferentes sobre o significado e as responsabilidades da invasão ao Iraque.

Ainda que os dois se situem num ponto de vista crítico em relação a guerra, O Ultimato Bourne é muito mais agudo em seu ponto de vista.

Em Green Zone a culpa fica reduzida à conspiração e as mentiras arquitetada por uma facção de burocratas e convenientemente aceita pelo governo como pretexto para a invasão do Iraque.

Em O Ultimato Bourne a culpa não pode ser reduzida à conspiração e à teia de mentiras, o ato moral da guerra, discutido metaforicamente pelo assassinato de um desconhecido, não pode ser reduzido a fatores conjunturais, como de quem se trata o inimigo ou o que ele fez. Trata-se de um crítica à guerra, não aos motivos que a orientam.

A distinção entre os momentos dos dois filmes talvez esteja na conjuntura política estadunidense. Bush Jr. era o presidente quando do lançamento de O Ultimato Bourne e Obama quando de Green Zone. A crítica da guerra assume o sentido da crítica ao fundamento belicoso do governo Bush Jr. e da guerra ao terror. Enquanto a mística mudancista em torno de Obama talvez demande a culpalização de figuras determinadas do passado políticos estadunidense, de modo que a culpa generalizada não seja um fardo que atrase ou comprometa os projetos a serem aplicados.

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