Primeiro o mais óbvio, Alice não é Avatar, o que não demérito de modo algum. Mas é decepcionante para quem esperava que fosse, do ponto de vista visual, da utilização dos efeitos em 3D.
Superado isso, o que resta é um filme de um conformismo desestimulante. Me parece, de longe, a menos contestadora das obras de Tim Burton. Há algo sobre a passagem para a vida adulta e certa abordagem sobre o feminismo que soam de um século atrás.
A passagem para a vida adulta aparece como fato inexorável, na metáfora do destino da persogem, ao qual está irremediavelmente presa. A resolução dramática da trama se dá quando a persogem percebe que não há escapatória ao personagem, não há escapatória ao destino e o destino é matar o dragão da maldade e crescer. O assassinato do dragão aparece aqui como castração, pela imagem e pelos significados ao poder da rainha vermelha e ao amadurecimento de Alice, castra-se aqui o desajuste da personagem.
Não por outro motivo a revolta feminista de Alice se resolve na ocupação simbólica e prática dos espaços masculinos, do guerreiro e do capitalista. Não há confronto entre o poder opressor, que organiza a ordem machista, e a personagem feminina, trata-se de ocupar outros postos dentro da ordem, ao menos sair do espaço privado.
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